Tenho como mania, guardar desenhos antigos (meus e de outros), revistas, jornais, fotos, enfim uma gama de badulaques, que vez por outra, me vejo remexendo-os.
Há dias encontrei um desenho que executei por volta de (pasmem!) 1970 e que tinha vontade de mostrar aos meus amigos leitores. Na realidade, não era o meu trabalho que queria enaltecer, mas antes, lembrar um dos maiores cartunistas que este Brasil conheceu : o pernambucano Perícles de Andrade, ou simplesmente Péricles. Ele foi o criador do personagem "O Amigo da Onça", que era publicado na antiga revista "O Cruzeiro", que foi editada até meados dos anos 50.
Com esta figura, o autor ironicamente, mostrava um anti-herói, que tirava proveito em qualquer situação e ainda colocava suas "vítimas" em maus lençóis. Duvido quem não pegasse a revista e não abrisse logo a última página, para rir das estrepolias do Amigo da Onça. Havia até quem achasse que ele foi inspirado, no verdadeiro malandro carioca. Só se sabe porém, que com seu traço inconfundível, Perícles conseguia levar sua arte cômica a todas camadas sociais desse Brasil à fora.
Hoje ainda está na minha memória, a imagem daquela figura: atarracada, cabeçuda, pescoço enterrado ,com um paletó branco,gravatinha borboleta, calça preta e sapatos pretos, brilhando. Ficou tão impregnado em minha mente, que a reproduzi apenas de memória,por não possuir mais nenhuma edição daquela revista e nem contar com o auxílio eficacíssimo do computador.
Hoje ainda está na minha memória, a imagem daquela figura: atarracada, cabeçuda, pescoço enterrado ,com um paletó branco,gravatinha borboleta, calça preta e sapatos pretos, brilhando. Ficou tão impregnado em minha mente, que a reproduzi apenas de memória,por não possuir mais nenhuma edição daquela revista e nem contar com o auxílio eficacíssimo do computador.
Faz 41 anos que este grande artista passou para o plano espiritual, em consequência de ter se tornado boêmio e alcoólatra contumaz e, depois de ter sofrido uma grande depressão, veio a cometer o suicídio.
Os artistas passam, suas obras jamais -o que deve ter inspirado a muitos amantes dessa forma de fazer rir, através de traços -inclusive a esse mortal que vos fala.
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