Cacareco no Izabelense |
Bem poucos conhecem o cidadão Lúcio da Silva Santos, porém se perguntarem pelo Cacacreco, torna-se mais fácil a identificação.
Lúcio (ou Cacareco) apareceu no Abreuzão ali pelo início dos anos 60. De porte franzino, porém com uma boa altura, sempre chegava para apreciar o treino dos titulares e, vez por outra, fazia uma "perna" lá na ponta-esquerda do quadro reserva , nessa época o Izabelense era orientado pelo saudoso e incansável Manoel Silva. O clube inclusive buscava novos jogadores para suprir as lacunas deixadas por alguns veteranos, principalmente no gol, quando o titular Ofir deixou nossa cidade.
Numa tarde de treinamento, o velho Silva chamou o ainda conhecido por Lúcio e solicitou para que ele fosse até as balizas. Daí começou a arremeçar-lhe bolas, com as mãos e chutes e lá estava o jovem Lúcio "catando" a pelota nos cantos e ângulos, com uma impulsão e destreza incríveis. O mestre nunca nos contou, como descobriu nele, um futuro e arrojado arqueiro.
No domingo seguinte, lá estava na tabuleta do grande Mercadão, como de praxe eram afixados o nome do adversário do Izabelense na domingueira, bem como, a escalação do quadro principal, já com ele sendo o número 1, quando o técnico Silva, já o cognominara de Cacareco. Explica-se: naqueles anos, ainda existia o Campeonato das Seleções estaduais e a representação de Pernambuco fora assim "batizada", sendo uma das melhores na época.
Cacareco bastante jovem, logo formava o trio final do Vermelhão que era: Ele, Caboclo Orlando e Jurandir. Despontava ali, um dos melhores na posição, que produziu o nosso futebol. Em 64 fora convocado para a primeira Seleção do Município, mas pena que não se empenhou e acabou perdendo o lugar para Jorge.
Pelo Izabelense ganhou vários torneios e campeonatos -uma das provas, é uma faixa de Campeão do Município, que guarda com muito orgulho e carinho até hoje em sua residência, no Bairro Novo Horizonte, tendo também participado de várias excursões por cidades do interior.
Cacareco ainda jogou no Vasco (do Juazeiro), Aratanha e fez testes no Clube do Remo, porém encerrou a carreira no Vermelhão da Estrada.
Hoje apesar da idade avançada, ainda trabalha no ramo da construção civil, onde garante seu sustento.
Como tive o privilégio de atuar por várias vezes com esse execelente goleiro, envergando a jaqueta vermelha e branca do "Velho Iza", dos anos 60, posso testemunhar que fora um dos mais destacados arqueiros naquela época, além de admirar sua invulgar disciplina.
Aproveito para homenageá-lo também, em nome dos outros companheiros das quatro linhas.
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