No Izabelense,anos 50 e foto recente em 2005 |
ORIVALDO da Costa Silva nascido em 20 de março de 1929, em Bragança-Pa, chegou em nossa cidade juntamente com a família aos 9 anos de idade. tendo passado a infância jogando peladas, num campinho que segundo ele, existia ao lado do "Sílvio Nascimento".
Seu pai Manoel Costa, o Duca Sapateiro, fora também um grande atleta do Vermelhão. Orivaldo foi levado para o Izabelense, pelo saudoso professor Domingos, grande baluarte do esporte em nossa terra e que era trinador do clube. Aos 17 anos iniciou no quadro de suplentes(Segundo Time). Após algum tempo como reserva , teve que substituir o jogador Célio que era centro-avante. Como agradou em cheio, Orivaldo ficou titular na posição e Célio revelou-se um excelente arqueiro.
Cosiderado baixinho para a posição, cerca de 1,60 m, ele tornou-se um dos melhores atacantes em nossa cidade e quiçá da Zona Bragantina. A destreza e o seu domínio de bola, superavam a pequena estatura, bem como seu chute certeiro com ambos os pés e a facilidade para driblar, fizeram-no um dos maiores artilheiros do Vermelhão, em todos os tempos. Era tido como um jogador do tipo "pavio curto", ao que ele discorda dizendo: " Eu apenas devolvia as entradas desleais" e acrescenta: "Lembro-me de um jogo contra um time de Belém, chamado Rodoviário. Eles tinham um cara grandalháo de quase 2 m de altura, que era chamado Cumeeira. Na terceira vez que passei por ele, deu-me uma "tesoura" por trás sem bola. Aí a nossa turma pegou ele, mas escapou e trancou-se no ônibus, cuja cabeça levou alguns pontos" ´-recorda.
Temido pelos goleiros que já o conheciam, o pequeno craque se transformava em um verdadeiro gigante contra os defensores e geralmente passava por até quatro, ficando de cara com o arqueiro e arrematava para as redes. Uma de suas vítimas fora o excelente goleiro que tinha a alcunha de Quirica. Nas duas vezes que aqui veio, jogando por um time da Capital chamado 14 de Abril, Orivaldo andou fazendo uns 5 gols nele e na última partida , este arqueiro chorou de nervoso, dizendo que nunca tinha levado tantos gols. Ele acabou sendo contratado pelo Izabelense, defendendo-o por um longo tempo. Outro guarda-meta que tremia frente ao Baixinho era o Asas. Este grande goleiro posteriormente jogou no Remo e no Paysandu.
Por volta de 1955, Orivaldo fora levado ainda pelo saudoso profº Domingos a treinar no Clube do Remo, onde aprovou fazendo vários amistosos e revesava com o excelente centro-avante Quiba,em um time de cobras como : Veliz, Germano, Expedito, Jambo,Sessenta, Jeju, Hermínio, dentre outros.
No Vermelhão da cidade, ele formou em um time imbatível que era assim constituído:Quirica, Orlando e Curica; Major, Tarzan e Milton ; Bira, Ceará, Ele, Carlito e Bito.
Ainda nos anos 50, Orivaldo fora contratado para trabalhar em Macapá, na multinacional ICOMI, onde jogou no Santana da Serra do Navio, destacando-se como grande artilheiro e bastante elogiado pela crônica local ,´quando disputou vários certames. Ele teve que encerrar a carreira em virtude de uma contusão em um dos tornozelos onde fora colocado platina.
Assegura ter boas recordações do futebol, inclusive possuía algumas fotos dos clubes pelos quais atuou, mas infelizmente perderam-se com o tempo.
Hoje o ex-craque aos 88 anos, bastante lúcido, revive suas lembranças do futebol com os amigos, na Rua Uxiteua, bairro São Raimundo, onde reside, em nossa cidade. Até bem pouco tempo, no final de ano, reunia uma turma e realizava animada pelada no campo do Sta. Lúcia, próximo de sua residência.
Eis portanto caros leitores, um pequeno perfil de quem foi um dos maiores astros do nosso futebol, que escreveu seu nome nos gramados por onde passou, com seus dribles espetaculares e seus incontáveis gols. Orivaldo merece como outros desportistas desta terra, o respeito e o reconhecimento dos desportistas izabelenses, pela sua invulgar arte e sua dedicação em defender o nosso bom nome esportivo.
Esta homenagem a rigor, tem que ser reconhecida, pelo clube que tanto amou e honrou, o Atlético Clube Izabelense.
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