terça-feira, 28 de maio de 2013

VELHOS TEMPOS E A VIOLÊNCIA

A velha Usina Elétrica

      Acredita-se que até os fins dos anos 60, vivia-se em uma cidade (que apesar das carências como de outra qualquer), respirava-se um ar mais brando no tocante tranquilidade e serenidade. Talvez em função de ser uma localidade com pouco mais de 30 anos de emancipação política, com cerca de 8 mil moradores aglomerados em 3 ou 4 bairros e algumas ruas, completando-se 11 mil habitantes, com os nossos irmãos de comunidades próximas. 
    Mesmo antes da chegada do telefone,era fácil saber das notícias do cotidiano, dada a proximidade das residências, ou no Mercadão,onde quase sempre comentava-se sobre trivialidades, como: o trem que atrasou; quem vendia o melhor peixe,caranguejo a melhor farinha;ações dos político; a chegada de alguém impotante, como eclesiástico,político,judiciário; a próxima festa no velho Thalia; quem noivou, quem casou; o cartaz cinematográfico do Cine Palace; quem seria o operador da velha usina elétrica naquela noite (funcionava até às 22h); qual o adversário do Izabelense no domingo. E raramente, muito raramente, comentários trágicos ou estarrecedores.
     De lá para cá, mais de 50 anos se passaram, o município tinha que crescer e hoje com uma dimensão tal, que não conseguimos conhecer a todos, às vezes até em nosso próprio bairro ou em nossa rua, onde poucos ainda ousam sentar à frente de casa à tardinha como antigamente, por tornar-se temeroso.
      A gama de meios de comunicação que hoje dispomos, nos chega com precisão,facilidade e entretenimento. Infelizmente os tempos são bem outros e as informações têm o seu tempo.
    Li num blog local esta semana,estarrecido, a notícia de mais uma vida jovem, que fora ceifada de forma cruel e brutal,o que já se caracteriza como "acerto de contas".
   Infelizmente, após mais de meio século, a morte foi banalizada, ao seu mais ínfimo e desumano grau -e um dos seus principais motivos, a droga, que extermina usuários e todos que com ela se envolvem.   

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