sexta-feira, 10 de maio de 2013

BONS TEMPOS E BOAS VIAGENS



      Sou do tempo em que o trajeto Sta. Izabel-Belém era feito em cerca de 2 horas e meia. Porém estávamos ali pelo fim dos anos 50 e a estrada (?) era uma vereda de chão batido, com uns 5m de largura e crateras do começo ao fim. Na época tínhamos ainda o trem que com suas "marias-fumaça", concorria todos os dias com os "paus-de-arara", para ver quem chegava por último na Capital.
     Havia uns 40 dias que não ia à Cidade das Mangueiras e quarta-feira (8), precisei ir ao oftalmologista na Mauriti, cuja consulta estava marcada para às 8 horas.
     Apanhei uma van na BR por volta das 6h . A viagem ia bem até chegar em Marituba, quando o veículo começou a andar (?) a menos de meio km por hora.Com essa marcha "cágada", chegamos em Ananindeua em torno de 7h50.Como vi que não dava tempo, desci antes do Castanheira e apanhei um taxi que saiu driblando as enormes filas da Pedro Alvares Cabral,Tavares Bastos e Av. João Paulo II. Cheguei com 20 minutos de atraso e ganhei um honroso trigésimo segundo lugar para ser atendido, o que quer dizer também que gastei cerca de 3 horas para percorrer pouco mais de 35 km. Fazendo as contas,tive que desembolsar além dos 5 paus da famigerada van, 25 de taxi e a aporrinhação do caótico ( ou seria estrambótico?) trânsito, que agora inovou  com centenas de luzes verdes que indicam para não passar dos 40/h.
      Enquanto aguardava minha vez na clínica, fiquei confabulando com meus botões: que bom aquele tempo em que não se tinha asfalto,vans,ônibus de luxo e nem tampouco "sinais verdes" que indicam marcha lenta. Porém quando apanhávamos o "pau-de-arara velho de guerra, do português, Sr. Gaudêncio,tínhamos a certeza de chegar com as nádegas sem poder sentar, mas orgulhosos de chegar a São Bráz por apenas 2 cruzeiros (ou eram 20 centavos ... sei lá !), gastando o mesmo tempo de hoje, na era tecnológica.
     Eram ou não eram, bons tempos?  

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