terça-feira, 11 de outubro de 2011

NOSSOS ÍDOLOS

Esta é a equipe base que deu o primeiro título Intermunicipal para Sta. Izabel, no Torneio Luiz Lavareda Reis. Vemos em pé: o diretor João Picanço, Cenitério ,Osvaldino,Carolha,Cacareco,Chico,Jurandir, treinador Eurico Hungria e o presidente Jairo Pereira. Agachados: Alderico. Orlandino,Pipio,Formiga e Roberto.
     CACARECO 

       Se alguém chegar no bairro Novo Horizonte e perguntar onde mora o Lúcio da Silva Santos, por certo ninguém saberá, porém se indagarem pelo Cacareco ex-goleiro do Izabelense, fica mais fácil de encontrá-lo.
     Lúcio ou Cacareco, como quizerem, foi um dos melhores arqueiros do futebol izabelense, quiçá da antiga Estrada de Ferro, nos anos 60/70. Nascido em nossa cidade em 21 de novembro de 1942 e filho de José Honório da Silva (o Zé Vigiense) e dona Maria Joventina dos Santos. Lúcio dentre vários irmãos, foi o único que teve talento para a prática do futebol e nesta entrevista ele conta sua tragetória nas quatro linhas, para os nossos desportistas, principalmente para os que o admiravam, em suas explêndidas atuações.
    Começamos lhe perguntando como entrou para o futebol, ele assim se expressou: " Eu sempre costumava assistir aos treinos do Izabelense e de vez em quando, eu entrava na ponta-esquerda do Segundo Time, para completar. Lá um dia, o mestre Silva me chamou e pediu para que eu fosse com ele a uma das traves. Aí ele começou a arremessar bolas e eu me esforçava para pegar todas. Fora quase uma hora de treinamento e me saí tão bem que no sábado estava escalado, para no domingo seguinte, fazer o meu primeiro jogo, ocupando o lugar do baixinho titular Ofir, que tinha ido embora da cidade" -enfatiza. 
     Perguntado sobre o porquê do apelido, ele explicou: " Naquela época (anos 60), o Campeonato Brasileiro era disputado por Seleções dos Estados. Aí os pernambucanos que estavam como uma das melhores e foram até campeões, a apelidaram de Cacareco e não sei porque o Mestre passou assim me chamar e pegou".
    Possuidor de uma razoável altura para a posição,1,78m, à época pesava 60kg, isto lhe dava a condição de ter uma boa elasticidade, reflexos e ótimo senso de colocação, o que o levou a treinar no Clube do Remo, aconselhado por amigos. 
     Prolongando o nosso papo, o velho arqueiro ainda lembra que enfrentou vários times fortes, porém um dos que mais lhe marcou foi o Bragança, da Pérola do Caeté, quando o Izabelense que tinha um timaço, foi goleado por 5x2 pelo time bragantino, no campo deles. Também considerava as equipes do Inic (hoje Vila do Tacajós) e do Moêma, como osso duro de roer, principalmente quando jogavam em seus campos. 
    Disse-nos também que disputou muitos torneios e campeonatos, porém o que mais lhe marcou foi o "Torneio Luiz Lavareda Reis", que foi promovido pela então FPD- Federação Paraense de Desportos e reuniu os clubes campeões dos municípios em 64. O Izabelense foi o grande Campeão, quando ficou na final com o Ypiranga representante da Vigia, a decisão foi no Estádio Leônidas Castro, na Curuzu e o Izabelense chegou em nossa cidade recebido com grande festa  -ele guarda até hoje esta faixa com todo carinho.
     Dentre as boas formações que participou no Vermelhão da Estrada ele cita uma : Eu ; Vicente, Cemitério, Jurandir e Chico; Osvaldino e Ratinho; Abílio,Orlandino, Lola e Pipio. Como um dos melhores presidentes com quem conviveu ele cita o Jairo Pereira, no Izabelense.
    Solicitado para escalar uma seleção de seus tempos, ele após pensar bastante, mencionou: Alberto (Moêma), Milton (Moêma), Cemitério (Iza), Jurandir(Iza) e Chico (Iza); Osvaldino (Iza) e Canhoteiro (Vasco); Maranhão (Aratanha), Formiga (Iza), Berê (Inic) e Ceará (Inic). 
     Ele nos assegurou que deixou de jogar futebol oficialmente em 1975, aos 33 anos de idade, portanto  -afirmando ainda ter boas recordações da época futebolística, tanto que gostaria de ter ainda hoje seus 30 anos de idade. Ele é Izabelense por convicção, em Belém torce pela Tuna Luso, no Rio é Vasco da Gama e em São Paulo torce pelo Palmeiras.
     Hoje prestes a completar 70 anos, viúvo, tendo dois filhos que não acompanharam a carreira esportiva do pai, ainda trabalha na construção civil em nossa cidade.
     Cacareco infelizmente é mais um dos inúmeros ídolos desta terra que jamais recebeu o reconhecimento do Poder Público, pelo seu grande desempenho como emérito defensor do nosso futebol e atleta brilhante que foi, em uma terra que não aprendeu a reverenciar seus ídolos.
      Porém receba esta homenagem deste velho companheiro, que esteve com você lado a lado, em defesa do nosso nome esportivo, do que naturalmente, sentimos muito orgulho.




      Orlando Lino
      

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