segunda-feira, 12 de agosto de 2013
A SAGA DO BAJULADOR-MOR
Quem pensa que a vida de bajulador é mole, engana-se retângula, triângula e redondamente. O cara tem que possuir a serenidade do cordeiro, estômago de avestruz, além de um amor canino. Se o coirão reunir dois desses predicados, já pode se candidatar tranquilamente, porém antes, deve ter o devido cuidado com muitos que estão na fila, podendo ser um concorrente muito mais capacho do que ele. O bajulador que se preza, é um exímio observador e oportunista e, só dá o bote na hora, no lugar e no cara certo. Senão vejamos:
- Pesquisa na área um endinheirado e nele gruda.
- Finge que é um desinteressado na grana da presa.
- Logo torna-se amigo "siamês", inclusive da família.
- Sempre solícito, decora os gostos e hábitos do agora amigo-patrão.
- Descarta quem dele se aproxima, temendo concorrência.
- Frequenta o mesmo ambiente do chefe, mesmo que não entenda a conversa.
- Ao sairem, preocupa-se com a gravata,o cadarço do sapato, além do zíper, ajeitando tudo, correta e discretamente.
- Inicia as palmas e vivas, nos pronuciamentos do patrão.
- Acena a mão , quando o chefe estiver distraído.
- Leva o lenço ao seu rosto, em caso de lágrimas ou suor.
- Dirige rasgados elogios ao patrão e seus antepassados.
- Liga no seu programa predileto.
- Torce pelo mesmo clube do chefe.
- Coloca "baigon" no seu escritório ou dormitório
- Muito amavelmente deseja-lhe "bons lucros", isto é, boa noite.
Vocês pensam que parou por aí, ledo e repentino engano. O puxa-saco-mor, somente se conformará ou se acha no ápice da sua carreira submissa, no dia em que olhar no espelho e não ver a sua (dele) imagem, mas do amável e idolatrado patrão -pois seu caráter ele há muito não percebe, que se transformou num eventual "pum" e é o que menos lhe importa.
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